A Maria, do Colégio Mãe de Deus, e o Paulo, do Colégio de Aplicação da UFRGS, já estão na reta final intercâmbio Blickwechsel de um ano na Alemanha! Veja como foram estes últimos meses para eles.
Maria Fernanda C. R.
Colégio Mãe de Deus, Londrina (PR)
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Moin moin!
A reta final do intercâmbio está chegando, e com ela, a expectativa da volta ao Brasil e também certa tristeza por deixar o país onde estou tendo tantas vivências incríveis.
Em meu último relato, mencionei que estava fazendo um Praktikum [estágio] em um hospital, onde aprendi sobre diversos aspectos, sendo eles não apenas relacionados aos cuidados com a saúde de pacientes, mas também ao trabalho em um time de funcionários, o qual foi muito atencioso e terno comigo. Lá, ganhei o apelido carinhoso de "fleißige Maria" [Maria dedicada] e, em meu último dia, fui presenteada com um agradecimento da equipe e lembrancinhas. Essa foi com certeza um dos momentos mais marcantes que tive aqui.
Após o período de três semanas de estágio, iniciou-se o segundo semestre letivo para a décima primeira classe e voltamos às aulas com o humor renovado. Curiosamente, as aulas passaram a ser menos complicadas de entender e pude começar a participar mais ativamente.
Uma notável mudança também ocorreu com o tempo em minha região nesse período. Os dias já frios passaram a ser congelantes, os telhados das casas a amanhecer brancos, bem como plantações e ruas que ficavam cobertas em neve, além das chaminés soltando fumaça, sinalizando as lareiras acesas. Como vou de bicicleta (algo muito comum na Alemanha) ao ponto de ônibus de minha Dorf para a escola e para fazer atividades extracurriculares, passei a enfrentar o desafio de pedalar sobre a neve e, como os dias de inverno são curtos, na maior parte do tempo estava escuro. Apesar dessa dificuldade, um dos momentos mais bonitos de meus dias era ver a neve brilhando com pequenos traços de luz nesse caminho.
Fevereiro foi temporada de aniversários, tanto de amigos quanto de familiares. Meu Gastvater [pai anfitrião] completou cinquenta anos e celebrar essa ocasião com a família foi muito especial.
Uma das viagens mais espontâneas que já fiz ocorreu em uma tarde de segunda-feira no início de março, quando fui convidada por uma amiga de minha Gastfamilie [família anfitriã] a ir para Harz - região montanhosa no norte da Alemanha, conhecida por ser cenário de contos de fadas e apreciada por esquiadores. Como lá havia muita neve, me diverti muito construindo bonecos e andando de trenó.
Nas primeiras semanas do mês, foi possível notar novamente uma mudança no tempo, que ficou mais ameno. Com a aproximação da primavera, os pássaros voltaram a cantar e as plantas começaram a soltar brotos, deixando a paisagem novamente colorida.
Como programado pela organização do intercâmbio, na terceira semana de março viajei a Dresden, cidade no leste da Alemanha, conhecida por ser importante marco histórico e turístico. Lá, participei durante uma semana, hospedada junto a outros intercambistas de diversos países em um barco hotel no rio Spree, de um seminário focado no processo de aprendizagem intercultural e a reflexão dessa experiência. Nesse evento, discutimos os temas em AGs [oficinas/grupos de trabalho] e fizemos passeios, podendo visitar museus, pontos turísticos da Altstadt [cidade antiga/histórica] e outras regiões da cidade. Também reencontrei o Paulo e foi uma grande felicidade podermos compartilhar tudo o que já vivemos nos decorridos sete meses na Alemanha.
A despedida dos outros intercambistas no fim da semana foi difícil, já que fizemos novas amizades. Ao voltar para minha Dorf [vilarejo], porém, senti-me em casa e percebi que realmente tenho um outro lar.
Espero que nos próximos meses, com a aproximação da reta final, possa vivenciar mais muitos momentos especiais, mesmo sabendo que logo iniciaremos a preparação para meu retorno.
Por essas experiências, agradeço à iniciativa Pasch, ao Goethe-Institut, Youth for Understanding, Colégio Mãe de Deus e àqueles que as tornam únicas.
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Desafio: pedalar na neve
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Festejando o aniversário de uma amiga em Hannover
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Dia da despedida em Dresden, com Paulo e Marina
Paulo Henrique B. C.
Colégio de Aplicação da UFRGS, Porto Alegre (RS)
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Hallo zusammen!
É engraçado e penoso como o intercâmbio está passando muito mais rápido do que o estimado. O sentimento é de ter desembarcado ontem na estação principal de Mannheim, com duas malas abarrotadas não apenas de vestimentas, mas também de medos e inseguranças. Me orgulho das coisas que conquistei e da vida que tenho construído aqui. Nos meus melhores devaneios nunca considerei ser tão feliz e satisfeito com a minha nova vida, amigos e família em uma cultura completamente diferente daquela em que nasci. A reta final aguarda muitas surpresas e sem dúvidas o penar de ter de deixar tudo que foi conquistado durante esse ciclo, que está próximo de ser encerrado.
No decorrer dos meses que sucederam o último relato, muitas coisas aconteceram no ambiente escolar, uma vez que não tivemos períodos extensos de descanso ou férias. Neste segundo semestre, está sendo mais fácil administrar as dificuldades do sistema educacional alemão. Aos poucos, sinto que as coisas vão fazendo mais sentido, e com o progresso gradativo do idioma, consequentemente tenho participado nas aulas de forma mais ativa. Apesar de estar frequentando uma classe acima da minha no Brasil e de estar estudando conteúdos que nunca havia visto antes, acredito estar me saindo bem, o que é sempre lembrado e ressaltado com muito carinho pela minha mãe-alemã e meus amigos. As aulas de alemão têm sido uma das minhas preferidas ultimamente. Há algumas semanas, voltamos ao mesmo teatro que visitei no Natal, mas dessa vez para assistir uma remontagem do livro que estamos lendo e estudando com Fr. Stübing: “Auerhaus” de Bov Bjerg.
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No restaurante do hotel para registrar a felicidade em termos nos reencontrado
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Eu e Silvana, minha irmã alemã
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No Castelo de Zwinger em Dresden
Maria Fernanda C. R.
Colégio Mãe de Deus, Londrina (PR)
Moin moin!
A reta final do intercâmbio está chegando, e com ela, a expectativa da volta ao Brasil e também certa tristeza por deixar o país onde estou tendo tantas vivências incríveis.
Em meu último relato, mencionei que estava fazendo um Praktikum [estágio] em um hospital, onde aprendi sobre diversos aspectos, sendo eles não apenas relacionados aos cuidados com a saúde de pacientes, mas também ao trabalho em um time de funcionários, o qual foi muito atencioso e terno comigo. Lá, ganhei o apelido carinhoso de "fleißige Maria" [Maria dedicada] e, em meu último dia, fui presenteada com um agradecimento da equipe e lembrancinhas. Essa foi com certeza um dos momentos mais marcantes que tive aqui.
Após o período de três semanas de estágio, iniciou-se o segundo semestre letivo para a décima primeira classe e voltamos às aulas com o humor renovado. Curiosamente, as aulas passaram a ser menos complicadas de entender e pude começar a participar mais ativamente.
Uma notável mudança também ocorreu com o tempo em minha região nesse período. Os dias já frios passaram a ser congelantes, os telhados das casas a amanhecer brancos, bem como plantações e ruas que ficavam cobertas em neve, além das chaminés soltando fumaça, sinalizando as lareiras acesas. Como vou de bicicleta (algo muito comum na Alemanha) ao ponto de ônibus de minha Dorf para a escola e para fazer atividades extracurriculares, passei a enfrentar o desafio de pedalar sobre a neve e, como os dias de inverno são curtos, na maior parte do tempo estava escuro. Apesar dessa dificuldade, um dos momentos mais bonitos de meus dias era ver a neve brilhando com pequenos traços de luz nesse caminho.
Fevereiro foi temporada de aniversários, tanto de amigos quanto de familiares. Meu Gastvater [pai anfitrião] completou cinquenta anos e celebrar essa ocasião com a família foi muito especial.
Uma das viagens mais espontâneas que já fiz ocorreu em uma tarde de segunda-feira no início de março, quando fui convidada por uma amiga de minha Gastfamilie [família anfitriã] a ir para Harz - região montanhosa no norte da Alemanha, conhecida por ser cenário de contos de fadas e apreciada por esquiadores. Como lá havia muita neve, me diverti muito construindo bonecos e andando de trenó.
Nas primeiras semanas do mês, foi possível notar novamente uma mudança no tempo, que ficou mais ameno. Com a aproximação da primavera, os pássaros voltaram a cantar e as plantas começaram a soltar brotos, deixando a paisagem novamente colorida.
Como programado pela organização do intercâmbio, na terceira semana de março viajei a Dresden, cidade no leste da Alemanha, conhecida por ser importante marco histórico e turístico. Lá, participei durante uma semana, hospedada junto a outros intercambistas de diversos países em um barco hotel no rio Spree, de um seminário focado no processo de aprendizagem intercultural e a reflexão dessa experiência. Nesse evento, discutimos os temas em AGs [oficinas/grupos de trabalho] e fizemos passeios, podendo visitar museus, pontos turísticos da Altstadt [cidade antiga/histórica] e outras regiões da cidade. Também reencontrei o Paulo e foi uma grande felicidade podermos compartilhar tudo o que já vivemos nos decorridos sete meses na Alemanha.
A despedida dos outros intercambistas no fim da semana foi difícil, já que fizemos novas amizades. Ao voltar para minha Dorf [vilarejo], porém, senti-me em casa e percebi que realmente tenho um outro lar.
Espero que nos próximos meses, com a aproximação da reta final, possa vivenciar mais muitos momentos especiais, mesmo sabendo que logo iniciaremos a preparação para meu retorno.
Por essas experiências, agradeço à iniciativa Pasch, ao Goethe-Institut, Youth for Understanding, Colégio Mãe de Deus e àqueles que as tornam únicas.
Desafio: pedalar na neve
Festejando o aniversário de uma amiga em Hannover
Dia da despedida em Dresden, com Paulo e MarinaPaulo Henrique B. C.
Colégio de Aplicação da UFRGS, Porto Alegre (RS)
Hallo zusammen!
É engraçado e penoso como o intercâmbio está passando muito mais rápido do que o estimado. O sentimento é de ter desembarcado ontem na estação principal de Mannheim, com duas malas abarrotadas não apenas de vestimentas, mas também de medos e inseguranças. Me orgulho das coisas que conquistei e da vida que tenho construído aqui. Nos meus melhores devaneios nunca considerei ser tão feliz e satisfeito com a minha nova vida, amigos e família em uma cultura completamente diferente daquela em que nasci. A reta final aguarda muitas surpresas e sem dúvidas o penar de ter de deixar tudo que foi conquistado durante esse ciclo, que está próximo de ser encerrado.
No decorrer dos meses que sucederam o último relato, muitas coisas aconteceram no ambiente escolar, uma vez que não tivemos períodos extensos de descanso ou férias. Neste segundo semestre, está sendo mais fácil administrar as dificuldades do sistema educacional alemão. Aos poucos, sinto que as coisas vão fazendo mais sentido, e com o progresso gradativo do idioma, consequentemente tenho participado nas aulas de forma mais ativa. Apesar de estar frequentando uma classe acima da minha no Brasil e de estar estudando conteúdos que nunca havia visto antes, acredito estar me saindo bem, o que é sempre lembrado e ressaltado com muito carinho pela minha mãe-alemã e meus amigos. As aulas de alemão têm sido uma das minhas preferidas ultimamente. Há algumas semanas, voltamos ao mesmo teatro que visitei no Natal, mas dessa vez para assistir uma remontagem do livro que estamos lendo e estudando com Fr. Stübing: “Auerhaus” de Bov Bjerg.
No restaurante do hotel para registrar a felicidade em termos nos reencontrado
Eu e Silvana, minha irmã alemã
No Castelo de Zwinger em Dresden