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Channel: Blog: PASCH no Brasil – Escolas: uma parceria para o futuro
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Os primeiros meses de intercâmbio

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A Maria Fernanda e o Paulo ganharam uma bolsa para passar um ano na Alemanha através do concurso “Blickwechsel – ein Jahr in Deutschland” e já estão há 2 meses na Alemanha! Como será que está sendo esta experiência para eles?

Férias de outono nas praias da Dinamarca


Maria Fernanda C. R.
Colégio Mãe de Deus, Londrina (PR)


Moin Moin! Ao pensar no quão rápido o tempo está transcorrendo, me impressiono com o quanto já descobri e conheci na Alemanha nesse período inicial de intercâmbio. Há aproximadamente dois meses, cheguei aqui para a abertura do Austauschjahr (ano de intercâmbio) em Lauenburg, onde permaneci por uma semana recebendo orientação. Foi um ótimo início, pois além de discutir sobre diversos temas importantes e ter sido, portanto, bem-preparada, conheci estudantes de diversos países e fiz amizades muito especiais.

Quanto ao momento de encontro com minha família anfitriã, tinha grandes expectativas e estava muito ansiosa. Logo de início, eles demonstraram ser muito carinhosos e atenciosos, dando-me todo o apoio necessário, o que perdura até agora e faz-me sentir realmente em casa. É como se nos conhecêssemos há muito tempo.

Minha Gastfamilie (família anfitriã) é composta por meus Gasteltern (pais anfitriões), meu irmão mais novo e o Odin, que é nosso cachorro. Moramos em uma em uma Dorf (espécie de vila muito pequena) na região da cidade de Hannover, estado de Niedersachsen, também conhecido por Baixa Saxônia, o qual se encontra no norte da Alemanha. A vida na Dorf é muito tranquila, praticamente todos se conhecem e as casas, ruas e estabelecimentos são bem-organizados. Isso é, para mim, uma intensa mudança de realidade, já que estou acostumada com a vida em uma grande cidade.

Quase tudo aqui é novidade: a cultura da Baixa Saxônia é muito diferente da de outros estados do país. O principal contraste é em relação à língua. Eles têm, naturalmente, expressões locais, como a saudação "Moin Moin", porém na região é falado o "Hochdeutsch", que é a linguagem utilizada em livros, veículos de comunicação, etc., então é muito mais simples de compreendê-los.

Frequento um Gymnasium e lá as aulas não são fáceis, porém muito interessantes. Estou na 11a classe, que corresponde à segunda série do Ensino Médio no Brasil. Meus colegas de turma são bem simpáticos e focados, e nesse ano eles iniciam a preparação para o Abitur - uma prova que todos os alunos fazem no fim do Ensino Médio; com o Abitur é possível ingressar em uma universidade. Isso torna todas as aulas mais intensas do que nos outros anos e nos exige muita atenção. O que mais me impressiona é o fato de os alunos serem instigados a se questionar e ter grande participação ativa em todas as aulas. As mündliche Noten (notas de participação oral) correspondem a mais da metade da nota total!

O ano letivo aqui inicia-se em agosto e já temos férias no início do outono (Herbstferien). Sempre nesse período do ano, minha Gastfamilie vai para a Dinamarca e nesse ano tive o privilégio de acompanhá-los. É um país muito interessante, com paisagens exuberantes e um povo muito acolhedor. Lá, grande parte dos habitantes também fala alemão, por conta do grande fluxo de turistas vindos da Alemanha e, em razão disso, pude praticar muito a língua e também aprender algumas palavras em dinamarquês. Em geral, foi muito divertido e um ótimo momento para me aproximar ainda mais da minha família.

Todos os dias aprendo novas palavras, curiosidades, costumes e posso observar paisagens e pessoas com um olhar diferente. Continuarei, apesar da saudade, a trilhar o caminho com foco e determinação, já que essa é uma oportunidade única. Agradeço a todos aqueles que estão sendo parte da realização desse grande evento em minha vida, em especial à iniciativa Pasch, ao YFU e ao Colégio Mãe de Deus. Meu desafio é, daqui para a frente, aprimorar meus conhecimentos na língua alemã, continuar a aprender convivendo e criando laços. O tempo é ligeiro, então aproveitarei ao máximo.

Bis zum nächsten Mal!

Brincando com meu Gastbruder e o Odin


Paulo, eu e Marina – intercambistas brasileiros na Alemanha


Dorf onde eu moro


Paulo Henrique B. C.
Colégio de Aplicação da UFRGS, Porto Alegre (RS)


Viagem para Frankfurt com amigos.


Hallo zusammen!
Hoje, acordei em meu 61° dia na Alemanha e, isso quer dizer que já se passaram dois meses desde a minha chegada. Isso quer dizer que o tempo está realmente correndo em todos os aspectos existentes. É quase um paradoxo discorrer sobre o tempo de estar aqui. A saudade do Brasil é evidente e a experiência de estar em outro lugar testemunha isso, ao mesmo tempo, em que o sentimento de pertencer a essa nova realidade, me encoraja e elucida o quão maravilhoso é estar vivenciando a ‘troca’ de bagagem cultural com esse país incrível.

Em pouco mais de 8 semanas, posso afirmar sem sombra de dúvidas que fiz a melhor escolha em abandonar por um ano minha rotina em Porto Alegre, para estar aqui. Longe da minha zona de conforto, está sendo possível fazer amigos de todos os recantos imagináveis, como por exemplo – a minha nova amiga da Romênia que também está morando em Rheinland-Pfalz (região ao sul da Alemanha) que conheci no Jugendherberge (albergue) de Lauenburg durante o seminário de recepção do YFU, além dos amigos que tenho feito na escola onde estudo, em Landau in der Pfalz.

Moro com minha Gastmutter e minha Gastschwester, em Landau. A cidade é pequena e podemos ir a todos os lugares de bicicleta, e é assim que vou para escola todos os dias. O processo de adaptação na escola foi simples e mais rápido com o suporte dos amigos da minha Gastschwester, – e agora meus amigos também – apesar de ainda ser um pouco difícil acompanhar as aulas na classe 12.

É engraçado como as coisas estão fluindo, me sinto em casa e a família em que estou têm sido importante e especial. Divido coisas da minha vida e rotina com a Gastmutter como se estivesse conversando com a minha família no Brasil.

Culturalmente, percebo a diferença entre o Brasil e a Alemanha na alimentação. O café da manhã é mais importante do que o almoço e o pão preto é imprescindível na lista de compras na hora de ir ao supermercado. Outro aspecto importante é a liberdade e segurança que sinto para voltar para casa de madrugada, de bicicleta, após o término de festas na casa de amigos.

Com todas as viagens que tenho feito, as novas pessoas que tenho conhecido, os novos sabores que tenho provado e os novos cheiros que tenho sentido, estou aprendendo a ser mais tolerante, a contornar os problemas sozinho, a superar frustrações e a desejar mais descobertas junto da Alemanha.

Agradeço à professora Gabriela, ao Colégio de Aplicação/UFRGS e à iniciativa PASCH por acreditarem em mim e me proporcionarem essa oportunidade.

Eu e minhas amigas brasileiras, no Jugendherberge de Lauenburg durante YFU Seminar


Com amigos durante WORKSHOP “Interrupt-Change” em Neustadt Weinstrasse


Em Wissembourg, na França, durante passeio com a minha Gastmutter


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