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Channel: Blog: PASCH no Brasil – Escolas: uma parceria para o futuro
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MEUS PRIMEIROS MESES NA ALEMANHA

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Lembra da Aline, do Adriano, do Pedro e do Yamí, que ganharam uma bolsa para passar um ano na Alemanha através do concurso“Blickwechsel – ein Jahr in Deutschland” oferecido pela iniciativa PASCH com organização da viagem pelo Youth for Understanding (YfU)? Já faz 3 meses que estão lá e eles contam um pouquinho deste período de adaptação, de como estão se sentido e do que já viveram.

A Aline, por exemplo, recebeu uma festa surpresa de aniversário e pôde conhecer formas diferentes de se celebrar o carnaval e a páscoa. Já o Adriano, viajou pela primeira vez de avião e entrou como violoncelista para uma orquestra da Elbphilharmonie de Hamburg! O Pedro já fez amizades com gente do mundo todo, além de quebrar o tabu de que os alemães são “frios”. E o Yamí está ficando cada vez mais independente, aprendendo com os desafios que só quem viaja sozinho enfrenta!

Vale lembrar também que os alunos Laura e Gabriel, que foram em agosto de 2017, já entraram na reta final e voltam em junho, enquanto a Maria Fernanda e o Paulo Henrique vão embarcar em agosto nesta jornada.

Parabéns alunas e alunos PASCH no Brasil, vocês estão arrasando!

Aline I. S.
Escola Barão do Rio Branco, Blumenau


Quando pensamos que teremos um ano inteiro de aventuras em outro país, nunca sabemos o momento exato em que elas vão começar. A minha primeira aventura começou já no desembarque... Pois é, o importante é que eu cheguei, já a minha mala decidiu dar uma volta um pouco maior por aí... Sim, a minha mala grande e importante foi extraviada, mas isso não foi motivo suficiente para estragar a primeira semana aqui na Alemanha, que foi cheia de diversão com os voluntários do YFU e mais 18 intercambistas que chegavam naqueles dias.

Depois daquela semana nos espalhamos pelo novo país de morada. É então que a nova vida começa... E, pra mim ela começa cedo, normalmente às 5 horas da manhã. Nunca imaginei que minha vida ia mudar tanto. Na escola, estou na 11ª classe e podemos escolher os cursos que vamos acompanhar. Os meus principais são matemática e biologia. No meu primeiro dia de aula, as amigas da minha Gastschwester (irmã hospedeira) tinham feito muffins com a letra “A” e comprado uma flor para me acolher.

Logo naquela semana a surpresa foi grande ao descobrir que em duas semanas já teríamos férias. As férias foram muito bem aproveitadas, visitamos cidades como Leipzig, Dresden e Döbeln, essa última a minha Gastfamilie (família hospedeira) morou há alguns anos e tinham o desejo de me apresentar. Em Döbeln, tive a oportunidade de ver um desfile de carnaval, que é celebrado bem diferente do que o que vemos no Brasil. Aqui as crianças se fantasiam e vão pedir doces nas casas e, no desfile, os carros alegóricos eram também formados por crianças e jogavam doces para as pessoas.

Depois das férias, as aventuras continuaram com patinação em um lago congelado, meu aniversário de 18 anos, no qual ganhei uma festa surpresa, e por fim agora a Páscoa, que foi celebrada com uma janta judia na quinta-feira santa, para mostrar a mim e aos meus Gastgeschwistern (irmãos hospedeiros) como era a Páscoa para os judeus, e nos outros dias com típicas ceias de Páscoa. No domingo de manhã, após o culto, fomos à caça aos ovos.

Já estou há pouco mais de dois meses vivendo em outro país, e a cada novo dia tenho uma nova vivência que me traz aprendizados. Agradeço ao projeto Pasch, ao Goethe Institut e ao YFU que tornaram esse sonho possível de ser realizado, e espero ansiosamente pela nova semana que se inicia - nessa semana as aventuras serão em Berlim...

Nosso passeio em Dresden

Café da manhã no meu aniversário


Adriano S. T.
Colégio Martinus, Curitiba


Desde 2014, ano em que eu comecei a estudar a língua alemã, sempre tive o desejo de viajar à Alemanha, tanto é que pretendo também estudar música em uma universidade por aqui. Quando chegou o dia do embarque, muitas emoções estavam acontecendo ao mesmo tempo: despedida de familiares, amigos, professores, primeira grande viagem da minha vida, primeira viagem de avião e diretamente para a Alemanha. Pequenos detalhes já eram grandes motivos de alegria, pois tudo era novo para mim.

A viagem foi cansativa; ficar 12 horas sentado não é fácil, fora os voos domésticos, mas foi muito tranquila e divertida, pois éramos um grupo de 6 intercambistas brasileiros. Passamos a primeira semana em uma pequena cidade chamada Mölln, em um Jugendherberge (casa de estudantes) e a semana foi incrível. Tivemos palestras, atividades em grupo e muita diversão. Passada a semana de orientação, novos desafios já estavam à minha frente. Ainda quando estava no Brasil, a minha Gastmutter descobriu uma orquestra que eu poderia tocar aqui na Alemanha. A audição foi em uma quarta-feira, oito dias após a minha chegada na Alemanha. Um dia após a audição, quando cheguei em casa, recebi uma mensagem da minha Gastmutter por WhatsApp dizendo que eu era oficialmente um violoncelista da Publikumsorchestrer da Elbphilharmonie. Naquele momento sentei no chão e não sabia se ria ou chorava, pois era muita emoção. O primeiro ensaio já aconteceu na semana seguinte, no dia 07/02/18 e foi incrível. Tocar em uma orquestra completa, com mais de 90 integrantes e ao mesmo tempo sentir e ouvir o poder da música é emocionante. Desde então preciso fazer uma pequena viagem de Stelle, Niedersachsen para Hamburg e ensaiar das 19:15 às 21:45, mas não é tão longe; em uma hora e meia estou lá.

Já se passaram mais de dois meses desde que estou aqui e tudo continua me encantando. Já vivi muitas experiências: ver e sentir a neve pela primeira vez, andar de trem, a escola, que também é desafiadora, a minha família, que já considero realmente como tal. A minha relação com a família melhora cada vez mais, todos são muito queridos e amigáveis e ela se encaixa perfeitamente ao meu perfil. Antes de vir para cá, ouvi dizer que os alemães eram pessoas fechadas, pouco amigáveis, mas pelo o que já vivi, posso dizer completamente o contrário: são pessoas bem amigáveis, prestativas e dedicadas. É claro que existem algumas exceções, como em todo lugar, mas não é tudo aquilo que ouvia. Por exemplo, na escola, se os grupos de amigos não veem interesse em um aluno novo, eles não dão liberdade, isso significa que é necessário correr atrás, conversar e tentar fazer novas amizades - o que tem sido outro grande desafio para mim, mas acredito que com o tempo isso se tornará mais fácil.

Enfim, a Alemanha tem sido um tempo maravilhoso, cheio de desafios a serem enfrentados todos os dias... muitas coisas já aconteceram e ainda temos um ano inteiro pela frente. O que nos resta é desejar sorte uns aos outros e seguir em frente. Por todos esses motivos e ainda pelos que virão, devo dizer muito obrigado pela oportunidade! Muito obrigado por nos proporcionar a vivência em outro país, de cultura diferente e cheio de desafios e conquistas. Tenho certeza de que isso fará muita diferença em nossas vidas e a mudará, o que já está acontecendo comigo. Muito obrigado!

Em frente ao prédio da Elbphilharmonie no dia da audição

Meus irmãos e eu à beira do rio Elbe


Pedro C. Z.
Colégio Catarinense, Florianópolis


Saí do Brasil no dia 22/01/2018, juntamente com mais cinco colegas que também receberam a bolsa. Em Hamburgo fomos muito bem recebidos e acolhidos e ficamos do dia 23 a 28 de janeiro recebendo orientações sobre a cultura alemã, regras e dicas importantes para nós, intercambistas. Foram dias muito legais, pois pudemos conhecer várias pessoas vindas de outros países tais como México, Argentina, Hungria, Costa Rica entre outros. Foi uma experiência muito boa onde já pude fazer algumas amizades.

No dia 28 de janeiro cada um de nós embarcou para sua cidade. Eu cheguei em Flensburg, na estação, e minha família já estava me aguardando. No momento em que eu saí do trem, a minha concepção de que alemães eram um povo mais “frio” caiu por terra, pois minha Gastmutter veio correndo na minha direção e me deu um forte abraço. Foi um encontro marcante, pois eu estava ansioso por conhecê-los e eles também.

Estou muito feliz na minha família de sobrenome Vierck. Estamos ainda em fase de adaptação, mas já me sinto da família, me sinto como filho. Conversamos bastante já em alemão, mas quando necessário nos comunicamos em inglês. Estou bem entrosado na família, participo de praticamente todos os compromissos familiares e ajudo nos deveres da casa.

No dia 31 de janeiro foi meu primeiro dia na escola Goethe-Schule. Foi um dia legal, mas também bem difícil. O bom foi que o meu Gastbruder também estuda na mesma escola, inclusive cursa algumas disciplinas comigo. Os primeiros dias foram difíceis, pois mesmo já tendo estudado alguns anos de alemão, estar ali onde tudo se fala alemão, se escreve, se explica, torna-se muito cansativo. Estudo pela manhã. Alguns dias tenho aulas das 7:45 até às 15h mas sempre com muitas pausas.

Mas estou muito feliz, pois com o passar dos dias estou vendo que aprendi já um pouquinho da cultura, dos costumes, das disciplinas e conteúdos, como na época de Páscoa onde eu fiquei surpreendido com a falta de ovos de chocolate e as tradicionais Osterstrauß (que são árvores com ovos pintados pendurados nos galhos) e também já tive a oportunidade de brincar com a neve, uma coisa que eu nunca tinha vivenciado antes. Eu já consigo entender mais os diálogos, o modo de vida em casa, na escola e na cidade.

Quero agradecer imensamente ao Instituto Goethe - PASCH pela oportunidade de estar aqui estudando e conhecendo tudo da cultura alemã.

Recepção na estação de trem pela Gastfamilie




Yamí R. S.
Centro Interescolar de Línguas 1, Brasília


Cheguei aqui na Alemanha no dia 24 de janeiro de 2018, porém tive o primeiro contato com a minha família somente uma semana depois, após a semana de adaptação. .Lembro­me até hoje do sorriso da simpática alemã ao meu lado no voo, da alegria e amor dos funcionários do PASCH ao nos receber.

Lembro-me do meu primeiro desafio para a minha independência e aprimoramento quando, ao chegar em Munique de trem, para encontrar minha família, perdi a estação e tive que me virar. Mas essa história acaba bem, porque pedi ajuda sozinho para as pessoas com meu arranhado inglês e o básico alemão que tinha aprendido no Brasil, com duas malas super pesadas na estação central de Munique. Encontrei pessoas maravilhosas me instruindo o que deveria fazer, consegui voltar à estação perdida e felizmente encontrei minha família. A hospitalidade alemã é incrível!

Lembro-me da sensação do choque, que na minha impressão, parecia que eu estava em um outro mundo, com uma nova família, numa nova casa, numa nova cultura e etc., parecia que nada daquilo existia. Tudo o que eu sonhei estava se concretizando naquele momento.

No dia seguinte, já tive que ir para a escola. Fui muito bem recebido. Esses primeiros meses têm sido tempos de aprendizagem, recomeço, adaptação, como o idioma, a cultura, seus costumes.

Gostar ia de finalizar agradecendo a todos por essa maravilhosa experiência que tive e que ainda que viverei nos próximos meses. Muito obrigado!

Em frente à casa da minha família nos preparativos para a páscoa

Trilha no Pähler Schlucht, próximo ao Amersee


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